Hipertensão contribui para as principais causas de morte no Amazonas

Manaus (AM) – A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença crônica e silenciosa que afeta cerca de 24% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Considerada um dos principais fatores de risco para infartos, AVCs e doenças renais, ela é responsável por milhares de mortes todos os anos — muitas das quais poderiam ser evitadas com diagnóstico e tratamento precoce.

No Amazonas, a realidade não é diferente. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), gerido pelo Ministério da Saúde, as doenças do aparelho circulatório continuam entre as principais causas de óbito no estado. Em 2023, mais de 4 mil pessoas morreram por complicações relacionadas à pressão alta e doenças cardiovasculares na região.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Sistema Único de Saúde (SUS), a hipertensão atinge 313 mil pessoas acima de 18 anos no Amazonas, o que corresponde a 13,7% da população. Importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a doença aparece mais no sexo feminino, com prevalência em 15,7% das mulheres e 11,7% dos homens no Amazonas.

Novas diretrizes para diagnóstico e monitoramento da hipertensão visam precisão e prevenção

A Sociedade Brasileira de Cardiologia divulgou novas diretrizes para a medição da pressão arterial, com o objetivo de tornar o diagnóstico mais preciso e identificar casos que não aparecem em consultas médicas convencionais. Entre os métodos recomendados estão a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) e a Automedida da Pressão Arterial (AMPA).

Com essas técnicas, é possível detectar condições como a hipertensão do avental branco — quando a pressão se eleva apenas durante a consulta —, a hipertensão mascarada, a hipertensão arterial resistente e variações da pressão durante o sono.

A prevalência da hipertensão é ainda mais preocupante entre idosos. A SBC estima que 61% da população acima de 65 anos apresenta níveis elevados de pressão. “Esses dados reforçam a importância de investir em estratégias preventivas e de monitoramento contínuo”, afirma a entidade.

Sintomas e causas

A hipertensão pode não apresentar sintomas por anos, o que a torna ainda mais perigosa. Quando se manifestam, os sinais podem incluir dor de cabeça, tontura, visão embaçada, dores no peito e falta de ar. Entre os principais fatores de risco estão sedentarismo, alimentação rica em sal, estresse, obesidade, tabagismo e histórico familiar.

Por ser uma doença silenciosa, o alerta é para que a população realize exames periódicos e esteja atenta aos hábitos de vida. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos para controlar os níveis de pressão arterial.